SILVIA REGINA LIMA
Escrevo e me transporto para dentro daquilo que escrevi.
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Textos
"Reaprendendo a beijar"
(texto sobre o meu poema "
NOSSO BEIJO
")


Escrevi o poema "NOSSO BEIJO" pensando em como, atualmente, o beijo já não é mais aquele momento cheio de magia, de uma forte expectativa, que sempre povoou meus sonhos. E, pela grande receptividade que tive em minha página nesse meu poema, vi que é o pensar de muitas pessoas também.

Olha só: Em meu poema, eu nem descrevi um beijo desesperado, molhado, grudento, não, aliás, eu apenas descrevi "aquele momento antes", cheio de tudo de bom que há no namoro: um acariciar nos cabelos, um passar de mão pelo rosto despertando o tato, pequenos toques, as texturas, os choques, o cheiro do parceiro advindo da aproximação, o primeiro contato dos corpos, o início de uma entrega, os arrepios, calor e frio, o ficar na ponta do pés, perder o chão, o fechar automático dos olhos que, neste instante, desprivilegia a visão, dando passagem ao acordar dos demais sentidos.


Tudo isto era a mágica perfeita do beijo...

Agora vejo nos filmes e nas novelas um beijo que passa por cima destes prelúdios todos e vai direto ao assunto imediatamente: línguas e saliva num engolir literalmente o outro - e nada mais! Bocas se comendo alucinadamente. É tudo cru e rápido demais, talvez tentando expressar avassaladoras paixões... mas, para mim, o beijo perdeu sua característica principal: o conhecer delicado do outro ser e o bem-querer que isto nos desperta.

Um beijo bom de fato, exato e de verdade, começa fluindo da 'corte' naquele namorico e, sim, claro, no olho, mas logo arrasta tudo o mais consigo, além de apenas corpo: mente e alma. Só assim esse beijo é completo, pleno - e fica. E, então, pode chegar ao coração.... Não só corpo. Não só boca e língua. É um conjunto. Desperdiçar essas doces etapas, é desaprender o beijo.

Beijo é mágico. Cada pequena zona sensorial sendo descoberta, desbravada pouco a pouco, acendendo luzes, girando estrelas, desligando devagar o resto do mundo. Só depois é que vai crescendo, aumentando de intensidade, partindo para outra etapa mais além - onde a empatia e a química deram muito certo. Muitas vezes isto não acontece, e o beijo termina assim como começou - sem porques e apenas mais um beijo sem muita graça e sem lembranças.

Posso estar falando uma enorme bobagem e todos que estejam agora lendo este texto desejem mesmo apenas um desses beijos cinematográficos esquecendo-se que, ali, tudo é mera ilusão sob luzes e holofotes e são apenas atores trabalhando por seu dinheiro e sua fama.

Entanto, da próxima vez que beijar alguém, não queira apenas um beijo de filme ou novela, mas faça desse seu beijo o momento mais incrível que puder, um instante mais que doce, mais que belo e, sem pressa, mais que terno - eterno.

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Silvia Regina Costa Lima
14 de abril de 2008

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 14/04/2008
Alterado em 18/10/2009
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