Sinopse:
Mesmo tendo a poesia como sua mais alta expressão, a escritora Silvia Regina soube, na prosa, transportar a beleza dos versos para o conto. Seus contos carregam, mesmo que meio encoberta, a sonoridade da poesia. O momento tomado ao acaso, a carga emocional dos versos podem ser sentidos a todo instante; assim, tanto na arte de "poetar" como na arte de narrar, a escritora traz para o gênero narrativo uma imensa gama de emoções. Silvia é capaz de escrever de tal forma que, muitas vezes, temos a sensação de caminhar entre estes dois gêneros, apenas separados pela forma estrutural de cada um deles. Os dois mundos se fundem para compor um universo de beleza e de sonoridade.
O simples, o cotidiano, o instante fotográfico são apresentados ao leitor, agora, não mais na forma de poema, mas sob a forma de narrativa e ele se vê diante de uma miríade
de elementos que se entrelaçam: tema, estrutura, a escolha da palavra certa, a forma enxuta, a precisão e a concisão, a força da veia de contadora de histórias.
Podemos dizer que nada escapa ao olhar atento da artista, que, como um pintor, observa o dia a dia, a magia de um jardim no outono, a dureza da vida, um encontro ou quem sabe até mesmo um aceno de adeus, a preocupação de uma mãe, o egoísmo de um homem, a dor de uma traição para, como o artista da tela de das tintas, colocá-los numa folha de papel.
Ela capta todos os nossos breves momentos e os transforma em literatura, em arte, em beleza.
Gilberto Gaspar
Mestre de Língua Portuguesa