Soneto n. 321

SONHO AZUL

(soneto n. 321)

Em ondas fartas, todos meus sentimentos
tentavam em algum seguro porto ancorar
e eu (pretendendo nunca mais naufragar)
deixei-me ir... ser levada pelos sete ventos.

Arrastadas na voragem dos pensamentos,
na atração verde-violeta, entre céu e mar,
todas as letras desejaram se transformar
numa alta alquimia dos quatro elementos.

Uma a uma, minhas palavras se alinharam
(nas linhas delineadas destas folhas claras)
em uma rota mais que sonhada - norte/sul.

Sinto que partes de minha alma se soltaram:
se transmudaram em pérolas bastante raras
e nos sonetos rebordados desse sonho azul.

Silvia Regina Costa Lima
28 de janeiro de 2012




 

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