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Ardente e totalmente,
em mim, algo se move,
se debate, algo se agita
e, no frio silêncio, chora.
Embora tente detê-lo,
com o passar das horas,
do tempo que transcorre,
ele clama, reclama, grita.
Aflita, pego a chave
dessa caverna interna
e, abrindo uma trave,
eu solto o par de asas
daquela pequena ave.
Então, a Dor se dissolve,
estremece, amolece, escoa,
até que quase, quase morre
e, enfim, o meu pássaro voa!