SILVIA REGINA LIMA
Escrevo e me transporto para dentro daquilo que escrevi.
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Textos
Hoje cedi meu espaço a meu amigo, teacher Gil, para mostrar a sensível homenagem que ele escreveu, não só à antiga amiga e professora, como também ao Ballet - esta arte linda e eterna que todos nós amamos.

(Companhia Russa Moscow City Ballet)
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Uma homenagem para Leonice Borges Piovani.
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Este pequeno artigo tem um objetivo bastante diferente desta introdução; porém, antes de tocar no assunto que me levou a escrevê-lo, gostaria de dizer algumas palavras sobre uma pessoa maravilhosa chamada Leonice Borges Piovani.
Conheço Leonice – Léo, para muitos, e, carinhosamente, chamada de “tia Léo” pelas suas “pitchutchucas”, como ela sempre se refere as suas alunas – há muito tempo. Léo foi a pessoa que fez nascer em mim o gosto pelo “ballet”, introduziu-me no mundo fantástico da dança onde, por mais de uma década, tive uma participação direta como aluno. Hoje, estou presente apenas como espectador e admirador dessa arte que mexe com nossas emoções e que nos leva a um mundo encantado, cheio de momentos inesquecíveis.
Acompanho a Academia de Ballet Art Danse desde o momento em que ela era um sonho acalentado por Leonice e seus pais. Foi um longo caminho percorrido até transformar-se em realidade. Talvez não tenha o direito de contar uma história bastante pessoal de minha querida amiga, mas não posso privar seus amigos e as pessoas em geral de conhecê-la. É uma história de amor paternal, de apoio, de participação. Todo final de ano, seu Borges comprava um bilhete fechado de loteria e o entregava a Léo; caso o bilhete fosse premiado, o dinheiro seria para a construção da sede da academia. Os bilhetes anuais nunca foram premiados; porém, com muita luta e dedicação, o sonho foi se concretizando aos poucos e a sede da academia nasceu. Agora aqui estou eu a escrever, com muito orgulho, para falar das emoções vividas ao longo desses anos todos; emoções proporcionadas pela dedicação, amor, luta, trabalho árduo, sério e intenso de uma mulher batalhadora, que nunca esmoreceu diante das dificuldades de se trabalhar com arte e que, para minha alegria, hoje não está sozinha nesta luta. Elaine trilhou os mesmos caminhos da mãe e está ao seu lado trazendo cultura e arte de primeira linha para nossa querida cidade. Você Elaine, menina que eu vi crescer em todos os sentidos – como pessoa, bailarina, coreógrafa, professora e mulher, também merece todo meu carinho e respeito; ou melhor, nosso carinho e respeito.
Final de novembro de 2009. Teatro Municipal de Araraquara. Noites chuvosas e mesmo assim os ingressos para os três dias de apresentação do corpo de bailarinas e bailarinos da Art Danse se esgotaram. Em cartaz o belíssimo “ballet” de repertório Quebra-Nozes, de Piotr Ilyitch Tchaikovsky (nome que apresenta várias formas de grafia em nossa língua).
Quebra-Nozes é um conto onde a fantasia e a magia contam as aventuras de um quebra-nozes com a aparência humana, vestido de soldado, mas com as pernas e a cabeça de tamanho desmesurado.
No saguão do teatro, os convidados foram recepcionados carinhosamente pelas alunas da academia e deleitados com deliciosa música ao vivo.
Quando o tradicional terceiro sinal anunciou que o espetáculo teria início e apagaram-se as luzes e abriram-se as cortinas as emoções foram chegando, umas atrás das outras. Um sapateado abre a noite; jovens dão um “show de bola” – como se diz nos dias de hoje – com uma bela coreografia e sincronia afinadíssima. A platéia começa e ser levada para o mundo mágico da dança. A seguir, em um cenário maravilhoso, bailarinas e bailarinos fazem a platéia mergulhar no mundo encantado do conto russo, musicado por Tchailovsky e coreografado (creditado normalmente) por Marius Petipa e seu assistente Leon Ivanov. Figurinos impecáveis, ricos e belos; músicas que encantam; técnica apurada; movimentos leves e graciosos tomam conta das emoções do público. Os olhos são deleitados pelo trabalho do corpo de baile. “Pontas” perfeitas, piruetas e outros passos de “ballet” – nomeá-los seria uma tarefa árdua, pois já não me lembro de todos os termos técnicos – fazem da noite um desenrolar de sensações inesquecíveis e indescritíveis. O tempo não é percebido; as horas voam como voam bailarinos e bailarinas no palco e, para tristeza de todos ali presentes, o bailado chega ao seu final. O público se levanta e aplaude, os “bravos” ecoam pelo teatro, flores são atiradas ao palco. Foi mais uma noite de encantamento proporcionada por Léo e sua equipe de professoras e professores, seus coreógrafos e bailarinos convidados.
Para fechar a noite, todos lá do palco contagiam e convidam a platéia a participar da alegria de dançar. O clima é de festa, a energia é maravilhosa e a vontade de estar lá, junto à turma da Academia de Ballet Art Danse, é grande.
Pois é, minha querida amiga Leonice, mais uma vez você fez Araraquara se emocionar. Mais uma vez você nos trouxe a arte, a beleza, a graça e o talento de suas alunas e alunos, convidados, coreógrafos, professoras e professores. Você, sua alegria, entusiasmo, dedicação, amor, simpatia, carisma e juventude nos trouxeram tudo isso e indo mais além, presenteou o mundo com a beleza e o talento de sua filha adorada.
Léo, tive o prazer de estar ao seu lado outro ano. Isso mesmo amiga, eu estava lá na platéia, junto com os demais, aplaudindo um espetáculo digno das grandes capitais. Um espetáculo que não ficou devendo nada, absolutamente nada, às apresentações das grandes companhias de dança. Então, só me resta dizer-lhe uma coisa: OBRIGADO, LÉO.

Gilberto Gaspar, amigo de longa data

(Desculpe-me não te consultar antes, teacher, mas quis fazer uma surpresa.

(Quebra Nozes, Ballet Teatro Guaíra)


E eu trouxe para todos uma breve história sobre este espetáculo:

O Quebra-nozes, hoje uma tradição natalícia em todo o mundo, é também, a par com A Bela Adormecida e O lago dos Cisnes, o ballet mais célebre de Tchaikovsky. Estreou em Dezembro de 1892 no legendário Teatro Mariinskii de São Petersburgo, com coreografia original de Lev Ivanov e libreto de Marius Petipa.

A história deste bailado é inspirada no célebre conto de E.T.A. Hoffmann “O quebra-nozes e o rei dos ratos”, muito embroa o argumento que anos mais tarde daria vida ao ballet de Tchaikovsky derive de uma adaptação que Alexandre Dumas pai fez do texto.

A história tem lugar na Alemanha, na casa do respeitável juiz Stahlbaum, no Natal.

O casal Stahlbaum e seus filhos – Clara, Luisa e Fritz - recebem a visita dos seus familiares, entre eles o velho Drosselmayer, um solteirão excêntrico e amante da magia, que traz a Clara um presente muito especial: um quebra-nozes de madeira. Fascinada com seu novo brinquedo, a menina adormece abraçada a ele. A meio da noite, Clara acorda: os brinquedos ganham vida e ela é perseguida por um exército de ratos. Desencadeia-se uma batalha entre os ratos e os soldados, liderados pelo Quebra-nozes. Depois, a menina, o brinquedo e Drosselmayer dão início a uma busca do Rei dos ratos ao País das Neves e outros lugares mágicos, onde vivem extraordinárias aventuras. Finalmente, tudo se desfaz e Clara desperta em sua casa junto ao seu boneco.

O Quebra-nozes é, assim, uma fábula que fala da saudade perpétua pela infância perdida e do contraste entre a realidade do mundo dos adultos e o mundo dos sonhos das crianças. Graças a seu colorido, a extraordinária imaginação que transborda dos personagens e das suas aventuras, e a inesquecível música de Tchaikovsky, o Quebra-Nozes converteu-se num dos ballets mais representados do mundo, especialmente nesta data.

texto retirado da net

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 15/12/2009
Alterado em 08/12/2010
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