Textos
SONETO n 45.
O SOM
Em mim mora uma sede intensa
e, nela, o pensamento devaneia
na febre que não há o que vença:
suo em colcheias e semicolcheia.
Não sei se é um mal de nascença,
se me veio com o sangue da veia.
Sofro sempre a dor desta doença,
muito enredado em perigosa teia.
Sonho com uma música não feita:
Som esplêndido/ritmo selvagem,
e todo o meu ser sorri - se deleita.
Tal uma seita, toma-me de assalto,
e me entrego feito uma sabotagem,
pois sou essa canção que eu exalto!
Silvia Regina Costa Lima
18 de fevereiro de 2009
UM COMENTÁRIO ESPECIAL:
Ganhei muito tempo e muito alento ao ler os seus 45 sonetos postados.
O que posso dizer que não caiba dentro da grata surpresa de encontrar alguém que se expressa da maneira perfeitamente correta, corajosamente correta, ao utilizar a barra(/) e ao usar o hífen explicativo, além da perfeita pontuação?
Dirão alguns que isso é obrigação, sim, é fato, mas procurem algo igual pela internet, vamos! Podem listar e enviar. Hoje que está tão na moda escrever sem pontuação, e quem for ler que pontue...
E por onde andará o modo de se comunicar uma idéia, um fato, se isso não se der da forma que foi antecipadamente tida como regra?
Mas meu tempo ganho não ficou nisso, mas na sobriedade e na pertinência dos assuntos, ora testemunhais, (onde se inclui a saudade), ora realistas, atuais, ora sonhadores, atemporais como “Amor Platônico”, ora sensíveis na realidade, como “Ouro Bruto” e “Meu Livro”.
E tanto mais haveria de falar, mas prefiro calar.
Um grande artista é para se contemplar, para ler e para deixar-me por ele tonificar, para assim poder vê-lo naquilo que de agora em diante eu tentar escrever...
Beijo do José Carlos
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 23/02/2009
Alterado em 22/01/2010
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