SILVIA REGINA LIMA
Escrevo e me transporto para dentro daquilo que escrevi.
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Textos

 (Série Personagem n.16)

A SENHORA DO LAGO

(personagem n. 16)

 Naquela gruta, retirei a minha leve adaga.
e, breve, tirei também as vestes. Eu deitei
nada assustada mas, antes, suavizada ...
Ah, esperei por aquela boca tão desejada,
que a mim viria como um belo Gamo-Rei:

*
Do fruto nós comemos e a seiva floresceu.
Mas agora eu sei, aquele não era Lancelote,
meu amor, e, sim Artur, Senhor de Camelot.
Que horror, eu tive um filho de meu irmão,
por ordem de Merlim e da Grã Sacerdotisa

- sendo assim que Mordred depois nasceu.
....
Hoje, contemplando as Brumas de Avalon,

 eu revejo todo belo reino... sua cor e o som,
ah, sinto o cheiro das maçãs a cada manhã -
e me dói que tudo aquilo já tenha terminado:
a Távola ... nosso barco ... a ilha ... a neblina.

*
eu sei o quê, um dia, aconteceu ali: a Saga.
Apenas eu restei, Guardiã da Tradição insana,
e serei lembrada como Grande e Sábia Maga,

às vezes odiada ... outras vezes muito amada,
mas para sempre a Senhora do Lago, Morgana!
 
 
Poema de Silvia Regina Costa Lima
20 de julho de 2008











Sobre a lenda...

De origem celta, a deliciosa história sobre o Rei Artur Pendragon (Bretanha, século IV e V), não é de todo clara, mas é aceita a hipótese de ser uma história real de um importante líder. Diz a tradição medieval que ele era defensor cristão frente aos invasores pagãos, embora seja provável que essa noção tenha sido acrescentada mais tarde...

A lenda arturiana é rica em detalhes de sua corte em Camelot e das conquistas de seus Cavaleiros da Távola Redonda e é, antes de tudo, um exemplo excelente de mitologia céltica, como célticos são todos os nomes envolvidos

A confusão entre História e mitologia ocorre na medida em que são poucos os registros da Alta Idade Média, um tempo em que a memória se misturava com o misticismo bárbaro, onde quase todos eram analfabetos e pela crise ocorrida com o desaparecimento do Império Romano.

Outro elemento da lenda é a meio-irmã, bruxa e quase inimiga de Artur, Morgana le Fey. Convém observar que "le Fey” significa "a Fada"  e que o nome deriva do nome da deusa celta Morrigan, também foi naturalmente demonizada por ser uma de culto anterior ao estabelecimento do Cristianismo na Europa.

Morgana amava Lancelote, mas enganada por Merlin teve um filho, Mordred, com seu irmão Artur num ritual em que ele lhe aparecia como o Gamo Rei.

Morgana era misteriosa e sensual, é presença marcante em meio a guerreiros machos. meio indecifrável, falava pouco e sempre associada a tramas contra o irmão, o Rei Arthur

Na literatura antiga, Morgana é a Alta Sacerdotisa, da ilha mágica de Avalon. ao contrário da crença histórica, e possuía notável poder de cura, graças a seu conhecimento fitoterapêutico e capacidade de predição. era líder das nove sacertotisas que trataram as feridas de todos e de Arthur depois da desastrosa batalha que provocou a destruição do reino.

Como o cristianismo sempre considerou blasfêmia a cura não explicável [em especial por uma mulher não pertencente a nenhuma ordem cristã], a literatura consagrou a imagem de morgana le fey como bruxa e pagã. Esse fato, o poder de cura dela, confere-lhe mais poder e passa a minar a autoridade do sacerdócio e a igreja. Assim, no semi-pagão deles/delas, os escriturários de literatura e os cristãos se dedicaram a enegrecer o nome de Morgana


Ainda como parte das lendas, temos As Sacerdotisas de Avalon, Excalibur (distinta da Espada na Pedra), a ilha mística de Avalon, a Rainha Guinevere ou Gwenhwyfar, o filho, sobrinho e rival de Artur, Modred ou Mordred, o triângulo amoroso entre Artur, seu melhor amigo Sir Lancelot e sua rainha, e a busca do Santo Graal.
Há muitos outros personagens. Rica e vasta literatura.


Textos da net, interligados, revisados e bem editados por mim.

SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 21/11/2008
Alterado em 31/10/2023
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