Greta Lovisa Gustafsson (Estocolmo, 18 de setembro de 1905 - 15 de março de 1990) é o nome completo da atriz sueca de cinema, naturalizada norte-americana, radicada nos EUA desde 1925, conhecida por "A Divina" - uma das mulheres mais marcantes do cinema e de seu tempo - e muito já foi dito sobre a mulher de rosto perfeito, e incrível fotogenia.
Aos 15 anos, órfã de pai, deixou a escola para trabalhar como balconista, e em loja de modas. Descoberta pela publicidade local, foi convidada para figurar, como banhista, num pequeno filme. Entrou para a Real Academia de Arte Dramática, e no ano seguinte faria o primeiro casting para cinema. Trabalhou e se relaciou com Syiller, que lhe deu o apelido de Garbo, não se sabe muito bem porque. A celebridade viria nos EUA, trabalhando no cinema mudo que, transposto para o cinema sonoro, não perdeu em qualidade devido à sua voz profunda.
Uma mulher bastante diferenciada para sua época, sem dúvida nenhuma. O seu ar andrógino, sua bissexualidade, um jeito frio e muito reservado, ajudaram a criar seu mito.
Uma mulher geniosa, inteligente, depressiva, arrogante, sofisticada, imperiosa, impiedosa, moderna, divertida, narcisista, autoritária, hedonista, insolente, quase perversa, e em tudo excessiva - tinha paixões complicadas e misteriosas e passou a sua longa vida sem nunca casar, sem ter filhos, e tendo alguns poucos casos amorosos com homens mais velhos e dominadores, como a figura paterna - relacionava-se mais ainda com as mulheres. O medo de precisar de novos abortos ainda cedo a faz desistir de ter muito sexo, mas não das relações afetivas fortes que mantinha com pessoas dois sexos.
Sempre muito indecisa e precisando ser comandada (um aspecto muito contraditório numa pessoa tão famosa e autoritária), desejava receber ordens de alguém de pesonalidade mais forte que a sua e também receber orientação, e ela tanto ouviu alguns conselhos equivocados que perdeu grandes chances de bons filmes, de ter uma vida mais social e feliz e de ter filhos, que poderiam ter amenizado seu caráter extremamente melancólico e teimoso.
Recebeu convites de casamento de pessoas famosas e influentes, mas jamais quis pertencer, de fato, a ninguém - com medo dos casamentos mal sucedidos que conhecia.
Sempre tímida e introspectiva, ainda por cima sofreu com a traição de amigos bem próximos e sofreu com a crítica sobre seus filmes, o que a fez mais recolhida e solitária. Ela tinha pavor à traição e também a fracassar - sempre perfeccionista. A opinião alheia tinha muita importância para ela e assim sofreu com isso a vida toda.
Ao retirar-se assim cedo - e manter-se completamente reclusa - ela criou um mito forte e indestrutível, ainda que baseado em seu pavor do ridículo e do escárnio público. Sofria com as críticas, por mais simples que fossem, e se recolhia a tal ponto que não saia sequer para ir ao médico ou dentista! Entrava e saia dos lugares pelos fundos, evitando qualquer mínimo contato com as pessoas.
Garbo, assim temperamental, arisca e esnobe, afastou os grandes diretores de cinema de si. Foi invejada, amada e mesmo detestada. Mas sua imagem, a que nos ficou, é a de uma estrela, sem dúvida e será cultuada para sempre.
Em 1955 recebia o Oscar da Academia pelo conjunto da sua carreira, mas não foi buscá-lo. Saiu de cena no auge da fama tendo conquistado um lugar único na 7ª Arte.
Reflexão: Tudo isso vem a me provar que os artistas que invejamos, por mais glamurosos e ricos que sejam, sofrem até mais do que os simples mortais que nos consideramos - mesmo que usufruam de tantas mordomias. O peso e a obrigação de ser sempre famoso, belo, interessante, e jovem, os torna mais que vulneráveis, gera enorme depressão, levando-os a tomar atitudes excêntricas, limítrofes e eles terminam por se destruir, cometendo suicídio, direto ou lento... que pena!
Uma última curiosidade: Ela detestava seu nome, Greta, e em família só a chamavam de Kata.
Redigido por: Silvia Regina Costa Lima
Filmes - texto da net
Trabalhou em filmes de culto como "Amor", 1927, "A Mulher Divina" e "A Dama Misteriosa", 1928, "O Beijo", 1929, "Romance", 1930 "Inspiração", "Mata Hari", 1932, "A Rainha Cristina", 1934, "Ana Karenina", 1935, "Camille", (para os críticos o seu melhor filme) e ainda "Margarida Gautier", 1936, "Maria Walewska" (1937) "Ninotchka", 1939 e "A Mulher de duas caras", 1940 último filme em que entrou.
Em virtude do mau resultado do filme Duas Vezes Meu ela se retirou das telas e nunca mais retornou, nem mesmo para receber o Oscar Especial que a Academia lhe concedeu em 1955.
FRASES SOBRE GRETA:
Marie Dressler (1868-1934), atriz: "Garbo é solitária. Sempre foi e sempre será. Vive no âmago de uma vasta e dolorosa solidão".
Alastair Forbes: "A escandinava mais melancólica desde Hamlet.
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