SILVIA REGINA LIMA
Escrevo e me transporto para dentro daquilo que escrevi.
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Textos
Série Personagem n.24

Num quarto de aluguel,
pequena água-furtada,
sou apenas mulher

(uma qualquer)
que oferece prazer
a beber o rum e o fel,
em noite contratada -

sem nunca ser a amada.

Sou até bem-humorada,
e um quente entreter
em prazeres esquecíveis
a todo o que me pagar.
Ah, e nada de me beijar:
rainha da insubmissão,
aqui eu ganho meu pão
num fado ora alegre
ora nojento ou até triste
.

Não ponha o dedo em riste:
cada qual com sua
profissão

- num castelo ou no chão -
e se aceito homens sem afeto,
sujos...insensíveis...previsíveis
(a quem me submeto)
é pra pagar este teto -
mesmo sendo vil e incorreto.


Subverto o original destino,

e perverto a real alegria
sendo Dolores/Paloma/Maria,
tal e qual a antiga cantiga
assobiada nas esquinas
por quem
escolheu esta sina
pois,
sem tino, ela é o hino
das mulheres que - sem Vida
-
vivem, de si mesmas, esquecidas...
***

Silvia Regina Costa Lima
18 de março de 2010





Obs: Apenas poesia sobre um Personagem que fez a  própria escolha de como preferiu viver a sua vida.

* Tela:  Marcas, de Munch 
SILVIA REGINA COSTA LIMA
Enviado por SILVIA REGINA COSTA LIMA em 05/04/2010
Alterado em 09/01/2012
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